sábado, 15 de fevereiro de 2014

Iscas Artificiais



A pesca com isca artificiais é muito diferente da pesca praticada com iscas naturais.
As iscas naturais consistem numa pesca de espera, onde o peixe é atraído através do odor e do paladar.
As iscas artificiais produzem uma pesca mais dinâmica, onde se tentará, com o movimento da isca, explorar outros sentidos dos peixes, como a proteção dos filhotes, domínio territorial, instinto predador e até curiosidade, fazendo com que ataquem as iscas.
Outros fatores são determinantes para o sucesso neste tipo de pesca. Um deles é a precisão dos arremessos e a capacidade de atingir a região de caça do peixe, que normalmente envolvem galhadas, troncos, pedras e etc.

As iscas artificiais possuem tipos de trabalho diferentes entre si. Basicamente são divididas em iscas de superfície, meia água, de fundo ou metálicas:


Iscas de superfície


As iscas de superfície trabalham na flor da água ou até cerca de 30 cm de profundidade. Elas aliam a emoção da pesca com o visual do ataque dos peixes.
Este tipo de isca precisa que o pescador varie seus movimentos para atrair o predador.


Stick

- São iscas lastreadas na parte traseira. Quando paradas ficam na posição vertical ou inclinada e quando em movimento imitam o nado de um peixe ferido, que na natureza é a presa mais fácil.
- Estas iscas dependem muito da habilidade do pescador para lhe dar vida. Seu trabalho é efetuado de duas maneiras: pequenos toques de ponta de vara e toques pausados com pequenas paradas. Isto imita um peixe em agonia e provoca ataques espetaculares.
- Seu trabalho fica muito prejudicado se estiver ventando, pois com a superfície da água agitada a isca não trabalha adequadamente.


Sputnik e mirrolure

- São iscas que devem ser trabalhadas alternando pequenos impulsos com energia e repousos quando flutua na posição horizontal.


Popper

- Possui a cabeça chanfrada, semelhante a uma boca. Deve ser trabalhada com pequenos toques de ponta de vara, com intervalos durante o recolhimento, para imitar o ataque de pequenos peixes (o que desperta o instinto de competição dos predadores). Em águas claras, o trabalho deve ser suave; em águas turvas, deve-se ser mais enérgico, para acentuar o ruído produzido pela sua cavidade frontal.


Jumping bait

- As Jumping Baits são iscas em que o trabalho deverá imitar um peixe ferido em fuga, com pequenos toques de ponta de vara, realizando pequenos pulos. Daí o nome da isca. Entre as iscas de superfície, esta é a mais difícil de ser trabalhada. Este nado imita pequenos peixes em fuga, ou pequenos animais roedores e répteis.


Hélice

- Iscas que causam grande comoção na água, imitando insetos e peixes em fuga. Costumam atrair predadores à longa distância. São providas de uma ou mais hélices, distribuídas na traseira ou na parte frontal das mesmas. Devem ser trabalhadas com pequenos toques de ponta de vara, a fim de girar a hélice, provocando ruído similar ao de um peixe caçando ou se debatendo. Também deve ser trabalhada em recolhimento constante ou alternando-se esta velocidade. São muito eficazes em águas claras.


Minnow floating

- São iscas sem barbelas que flutuam, podendo ser usadas na superfície ou logo abaixo dela. Seu trabalho depende fundamentalmente da habilidade do pescador, sendo que as variações vão de acordo com a criatividade de cada um. Dentre as possibilidades, o mais corriqueiro é deixar a isca em repouso por alguns instantes e dar pequenos toques com pequenas paradas, tendo como finalidade imitar um peixe se alimentando ou simplesmente nadando.


Zara

- São iscas que devem ser trabalhadas com pequenos toques e recolhimento simultâneo de linha, o que as fará deslizar pela superfície em zig-zag (simulando nado errático, típico de peixes feridos). Para um bom trabalho, a ponta da vara deverá ficar apontada para baixo, para que a isca imite um peixe caçando. Não são iscas ideais para serem utilizadas com ventos e água turva.


Iscas de meia-água:


Estas iscas trabalham entre a linha da superfície e até cerca de 1,20m de profundidade.
A maior parte destas iscas é provida de barbelas mais longas e com maior inclinação. A barbela é um apêndice frontal que, com a pressão da água, faz com que a isca realize um movimento imitando o nado dos peixes e, quando tracionadas, fazem as iscas afundarem mais ou menos. Também existem as iscas de barbela mais curta, que não flutuam, fazendo com que o pescador tenha que arremessar a isca, deixá-la afundar até a profundidade desejada e só depois iniciar o trabalho.
Estas iscas podem ser trabalhadas de diversas formas, aproveitando o fato de que a maioria flutua. Uma delas é realizar uma grande movimentação na superfície, trabalhando-se com fortes puxões de ponta de vara, fazendo-as nadar uma curta distância e depois deixá-las flutuar novamente, reiniciando o trabalho logo após, imitando um peixinho caçando ou ferido.


Shallow runner (barbela curta – pouca profundidade)

- Ideal para pescar peixes que comumente caçam próximos à superfície. Estas iscas trabalham entre 0,30 cm e 0,60 cm de profundidade. São muito eficientes na busca quando os peixes não estão atacando outras iscas de superficie.


Deep runner (barbela longa – grande profundidade)

- Ideal para pescar peixes que normalmente habitam maiores profundidades, perto dos fundos de pedra, estruturas como troncos caídos, galhos submersos e drop off, que são degraus de profundidade acentuadas causados pela erosão.


Plugs suspending

- Iscas com peso específico muito próximo ao da água, que faz com que, quando em repouso, permaneçam praticamente estáticas na profundidade que estão.


Iscas de fundo


São iscas destinadas a buscar os peixes junto aos locais de maior profundidade. São indicadas também nos casos em que os peixes não estão muito ativos.
Basicamente são anzóis lastreados com chumbo, bronze ou outro metal, enfeitados por pelos, penas, plástico macio ou a combinação entre eles.
A posição do olho onde se amarra a linha possibilita aos jigs, grubs e shads permanecerem com o anzol virado para cima, evitando enroscos.
No caso das minhocas artificiais e outras "softbaits", a ponta do anzol deve ficar embutida no corpo da isca, possibilitando ser trabalhada entre galhadas, troncos e outras estruturas.


Minnow sinking

- São iscas com lastro de chumbo ou esferas de aço, muito úteis para localizarmos concentrações de peixe. Elas se dividem em iscas com ou sem barbela. As com barbela, quando tracionadas, produzem uma baixa vibração, podendo ser utilizadas para corrico ou sistema countdown. Já as sem barbela produzem uma vibração intensa, conforme velocidade de recolhimento.


Jig

- O Jig (ou cabeça de Jig) é um anzol provido de uma cabeça de chumbo, que pode apresentar algum ou nenhum adereço. O Jig é utilizado com grubs, shads, minhocas e outros tipos de iscas de silicone, ou revestido de penachos, borrachas, pêlos e tecidos.
- São indicados para todos os peixes predadores e deve-ses empregar um trabalho delicado e discreto, com pequenos toques, para a isca passar pelos obstáculos dessas áreas e para sentir a batida do peixe na isca.
- São muito eficazes para black bass, matrinxãs, piraputangas, badejos, garoupas, prejerebas, robalos, robalões, sargos e traíras.


Grub

- Os grubs são iscas de silicone que imitam pequenos animais, crustáceos, insetos, larvas ou pequenos peixes, que deverão ser colocados nas cabeças de Jig. Elas tem rabos mais acentuados, o que lhes dá mais movimento quando tracionado. Podem ser trabalhadas em duas faixas: no fundo e na meia-água.
- Estas iscas são desenhadas para água salgada, podendo também ser utilizadas em água doce, pois originalmente eram para este fim. Devem ser trabalhadas lentamente, com movimentos curtos. Esta isca é muito eficaz quando o peixe está inativo.


Minhocas plásticas

- As mais conhecidas imitam minhocas naturais e podem ser adquiridas em vários tamanhos e cores. Eleitas pelos aficcionados de bass como as número um para a espécie, também atraem traíras e alguns peixes de couro.
- Os modelos micro podem ser usados para tilápias. É importante montar corretamente ou utilizar o sistema correto para não prejudicar sua eficácia. Essas iscas devem ser usadas nos sistemas Texas Riger, Jigs e Carolina Riger. Texas Riger, Carolina Rig, Down Shot, Split Shot e outros tipos de montagem do conjunto anzol e chumbo.


Shad

- De borracha ou silicone, foram desenhadas para imitar peixes. Devem ser usadas em cabeças de Jigs, em um único anzol.
- São empregadas por pescadores de água doce e salgada, com ótimos resultados para enchovas, sargos, badejos, garoupas, agulhões, dourados-do-mar e robalões, dourados de água doce, trairões, black bass e tucunarés.
- Os modelos power shad, desenhados para água salgada, possuem caudas que imprimem maior vibração na água. Excelentes ao encontrar cardumes à caça na superfície. Você pode trabalhar shads com jigs no fundo ou simplesmente com um único anzol.


Bugs e shrimps

- Os bugs copiam pequenos crustáceos de água doce. Foram desenvolvidos para black bass, mas são muito eficientes para tilápias. Exigem trabalho lento pelas pequenas estruturas paradas. Sua eficácia se verifica, principalmente, em locais com dois a três metros de profundidade e com estruturas no fundo, como pedras e troncos.
- Os shrimps foram projetados para imitar camarões, que são os principais alimentos do bass. Para robalos, têm sua época certa, principalmente quando os camarões somem dos estuários. Existem imitações específicas (camarões flex) para sua pesca.


Salamandras

- Desenvolvida para black bass, são as principais predadoras de suas ovas. No Brasil, não existem na Natureza. Os Bass as atacam por instinto, para preservar suas crias. Usa-se as salamandras também nos sistemas Carolina Riger e Texas Riger, somente para esta espécie. Texas Riger, Carolina Rig, Down Shot, Split Shot e outros tipos de montagem do conjunto anzol e chumbo.


Iscas metálicas:



Tem seu trabalho baseado em um misto de reflexos e vibrações. São possíveis de serem trabalhadas em várias profundidades, dependendo da velocidade de recolhimento.
Apesar de serem basicamente cromadas, hoje encontramos muitas variações no padrão de cores que podem ser douradas, acobreadas, opacas ou coloridas.


Colheres

- Uma das mais tradicionais iscas artificiais, é especialmente eficiente para peixes, como as Matrinchãs, Piraputangas e Dourados. As colheres devem ser trabalhadas arremessando-se e recolhendo-se em velocidade contínua. As colheres são as iscas preferidas para a prática do corrico e a utilização de um girador é obrigatória.


Spinner baits

- O Spinnerbait é uma isca composta por uma haste metálica que tem numa extremidade um anzol com chumbo enfeitado por cerdas coloridas e na outra uma ou mais colheres giratórias de cores e formas variadas. A disposição do conjunto faz com que a isca, quando tracionada, mantenha-se numa posição que evita enroscos. Esta característica possibilita podermos utilizá-la mesmo nos pesqueiros mais difíceis, com galhadas, capins ou outras estruturas onde a maioria das iscas ficariam enroscadas.


Spinners

- O spinner é composto por uma única colher giratória, sobre um eixo com um anzol ou garatéia na parte posterior. Com tamanhos dos mais variados, pode ser eficiente também para os menores peixes como tilápias e até lambaris. Deve ser utilizado com presilhas dotadas de girador.


Buzz baits



- É muito semelhante ao spinnerbait, apenas subtituindo as colheres giratórias por uma hélice em forma de delta. Deve ser trabalhada com velocidade compatível à profundidade desejada, pois quanto mais lento seu recolhimento, mais profundidade e quanto mais rápido mais superficial será seu trabalho, de forma a se manter na superfície.